sábado, 8 de dezembro de 2012

Heartbeats

Eu já me acostumei com todos eles sentindo meu coração bater muito antes de sentirem meu pau.
Isso vai entregar para sempre o que mais quero esconder.

Em menos de um minuto ele era amigo dos meus amigos.
No minuto seguinte eu bebia com os amigos dele.
Mas os meu amigos foram embora.
A melhor amiga e o novo amigo.
Isso não representou perigo, pois a autoconfiança já havia penetrado em mim, bem gelada, pela garganta.

Era tempo de sorrir, de dançar, de viver a noite e sentir a escuridão.
Era tempo de esperar pelo momento sem se dar conta que se vivia uma espera.
Era hora de olhar para ele e sentir o quanto nos queríamos e sem jogos, sem cenas, uma vez vivido esse momento onde não há palavras, traduções, conceitos. Onde só há vida pulsando cada vez mais desesperada dentro de nós.

Fomos levados (trazidos?) um pelo outro até minha casa.
Não é forma de expressão dizer que eu perdi a conta, mas ele foi o último homem.
E desta vez eu era o mais bêbado, embora sua companhia não me deixasse insano. Ao contrário eu não era mais aquele que arruína tudo que toca. Eu tocava apenas para ter certeza que podia colocar minha mão ali sem que ele resistisse, sem esperar que ele olhasse nos meus olhos ou tocasse alguma parte do meu corpo.
Tudo ficou simples a esse ponto e teve uma morte doce, sem calor, sem despedida, sem olhares...
Apenas o último toque e o barulho do carro dele partindo enquanto eu de bruços no chão era empurrado para o alto pelas batidas do meu coração.



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