segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Caçula e o Único

Ele me disse que era o filho caçula e eu já sabia disso.
No meu quarto eu disse sou filho único e logo ao lado o quarto vazio da minha mãe que viajara.
Eu preparei o café depois da noite mal dormida ao lado dos seus roncos.
Eu dei todo o mimo que um caçula tradicionalmente recebe e ele me deu o que um filho único mais deseja: atenção.

E tudo deu certo naquele domingo.
Um domingo com as cortinas fechadas.
Onde o chão vestiu nossas roupas.

Eu o acompanhei até o portão quando ele se foi.
E lembro do piscar de olho até agora.
Dizendo foi bom e talvez eu volte.
E este talvez foi me matando até que abri as cortinas roxas do meu quarto.
E o sol de domingo era o mesmo.

Nenhum comentário: