segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Pela primeira vez a verdade.

Tantas vezes lancei mão de recursos de linguagem para transformar coisas banais em belas passagens como se eu estivesse narrando fidedignamente um romance. Mas desta vez não.

Ele tem uma bicicleta vermelha incomum.
Eu sou leve e ele forte.
Ele me conduz depois de muitas cervejas e as testemunhas do escândalo são os travestis da feira livre.
A intimidade dilatou-se sem nada pra caber a não ser a surpresa pela rapidez com que aconteceu.
E o meu medo de locais públicos e flagrantes vexatórios se vai no momento que encostamos os sexos nus como sembre sob a lua inédita. Que só lembro agora porque estava claro e eu pude ver mais que sexo naquilo. Muito mais que sua voz perguntado se eu tinha uma camisinha. Eu dizendo que tinha e colocando nele com pressa e habilidade inacreditáveis. Depois dei as costas e não reclamei quando ele penetrou sem que eu conduzisse como é mais comum. Encontrei um apoio e inclinando meu corpo pude curtir o deslize artificial do látex lubrificado. Recorri ao menos recomendável e numa atitude relâmpago tirei-lhe a camisinha colocando novamente o pau (como disse a Laura Palmer: "pênis parece coisa tirada do meu livro de biologia" se bem me lembro) no lugar devido (não vamos exagerar). E foi a glória. Nada se compara meus caros...
Ainda deu tempo para me desfazer da camiseta e joga-la naquele chão pisoteado por estivadores. Fazendo ele procurar nos meu mamilos alguma maciez exótica.
E depois ele goza. E diz pra mim que goza. Coisa rara. Ainda mais raro é perceber a invasão do seu esperama com força considerável.
Um tempo mais ali e silêncio.
É hora de vestir peças arreadas ou, no meu caso jogadas.
Ele iria me deixar em casa, mas de bicicleta eu não podia mais ir.

3 comentários:

Luidgi disse...

"Voltei". Na verdade, díriamos apenas que... estou vivo.

Luidgi disse...

diríamos*

Mari Araujo. disse...

Vc.. sempre me surpreendendo. Depois de ler esse belíssimo post, me deu vontade sair correndo e sentir o mesmo que você, com a mesma intensidade e voracidade que dominam e q causam torpor. Leve torpor... sem muito romantismo, o sexo pelo sexo. Mas com um atrito apelativo, um sensório maravilhoso!!! Simplesmente pele a pele... "quente e úmido", indecente a outros olhos, e totalmente rendido aos nossos próprios.

Amooo o que escreves...
Bjus