terça-feira, 16 de junho de 2009

As ausências

Deixei que as ondas me levassem lentas na maré vazante.
Ao meu redor o mar era como um deus que sabia de tudo.
E mais que meu corpo eu tinha minha
alma mergulhada.
E mais do que sal na pele eu tinha muitas partes de uma existência suprema.
Penetrando em confins
vazios de mim.
Um grande
vazio onde cabem oceanos.
Onde cresce nada mais que
vácuo.
Uma
ausência que me salva do tormento de ser.
Eu escolhi
não ser e apenas mergulhar.
Escolhi o mar e toda simplicidade da matéria que habita
fora do meu crânio.
Agradecendo as
ausências que eu amo cada vez mais.
Difícil explicar as
ausências.
Não se percebe,
se esquece.
A maior graça da vida é
esquecer.

3 comentários:

Mari Araujo. disse...

Amas as ausências pq elas simplesmente te salvam de não ter que ser? E entre não ser e esquecer, o que escolhes? Quem escolhe o mar fatalmente se atirará no seu imenso presente azul sem fim, vazio e cheio.
E sabe por que? Pq a maior graça da vida é mesmo esquecer...
te amo chato!
bjoks

BarelyEly disse...

teus comentários são tão intensos *-*

Mari Araujo. disse...

meus comentários, meus textos são intensos... pq??? pq eu sou intensa.
bjoks