"A crise, a falência" lhe disseram.
Mas ela estava grávida e quando ele partiu com precisão cirúrgica foi uma cesariana tardia.O feto ao cair soou como um bichinho de borracha daqueles que se aperta. Daqueles que o filho tinha na idade que caiu e bateu com a cabeça no chão. Um coágulo se formou. Não consegui comer naquele dia. E não era porco, era outro tipo de carne. Se ao menos pudesse se livrar da carne, rins, fígado, gordura o pior a gordura que se acumulava no ventre. Sempre gordo como um porco. O filho também gordo e chorão. Nunca vira um porco chorar a não ser no abate. O abate. O aborto da porca, da esposa o choro, do porco, do abate, do sangue do feto, da febre do remorso, da culpa. Os giros da mente na noite a culpa e o choro dos porcos no quintal. A insônia, o choro, os gritos, a mente, silêncio e tudo novamente.
3 comentários:
gostei desse texto. não sei explicar por quê, mas gostei muito. :)
ótimo como sempre !
Voltei à minha tão querida bizarrice.
gostei desse texto [2]
aliás, gostei do blog!
vou te seguir aqui :*
Postar um comentário