sábado, 28 de março de 2009

Pingosnosiis

Tomo um demorado banho, faço a barba, sou um menino novamente.


4 horas antes...


Tomo um demorado banho, visto minha regata justa, meu jeans gasto, meu all star. Posso passar por um moderninho garoto do subúrbio, mas alem disso sou um puto. A regata deixa à mostra meus músculos recém trabalhados, minha calça revela no seu relevo indecente o meu objeto de trabalho. Todos estão muito confusos com minha decisão, mas a crise está aí para inovarmos. Acho até que tenho sorte de ter um fixo. Francisco não quer que eu o chame assim, mas ele sempre paga e eu nunca deixo de cobrar. Isso mantém certa distância profissional. Não é que eu veja o dinheiro nas mãos dele, não isso é horrível, ele deposita na minha conta. E a cada saldo eu abro um enorme sorriso depois fico triste, não posso comprar nada, afinal mamãe não pode desconfiar. Está vendo TV no quarto ao lado, meio puta comigo porque perdi uma oportunidade de emprego. Já tenho um emprego, não apenas o de sexo pago, um emprego que me dá uma merda de salário, mas é o emprego do século para alguns, um tédio para mim. Francisco além de generoso não me entedia. Eu quase me apaixono por ele, sabia? Ai com quem estou falando? O fato é que aconteceu. Nos conhecemos lá onde ele vende as frutas. Todas as vezes que ele me passava o troco eu notava algo. Histórias histórias quem se interessa? Ninguém diria que o Chico tem algum sentimento por mim, que ele é uma pessoa carente, um cara bom, que quer me ajudar. E quem diria que eu gosto dele? No mínimo vão dizer que eu sou um putinho de quinta, interesseiro. Ah que digam! Eu ando tão sem me importar...