segunda-feira, 30 de julho de 2012

Emma Bovary

A brisa imaginária de uma primavera imaginária dentro de um romance imaginário trancafiado numa realidade sórdida e medíocre.
Aprisionada, eu e meu consumismo desgovernado, minha predileção pelo sofisticado, em muitas camadas, grossas camadas de maquiagem para esconder o que se faz, antes de esconder o que se sente.
Um coração que precisa de mais pulsações que o suportável. Uma carta, uma despedida, uma faca que faz sangrar sobre os vestidos toda minha beleza e aparente riqueza.
A notícia crua do abandono chegando cortante sem combinar absolutamente com a primavera dos meus romances de cabeceira, com meus perfumes de cabeceira, com cheiro de festa, de flerte, de romances de cabeceira...
Coloco-me no exato local da espera. Existe um local onde eu espero pelo proibido, mas também existe o tempo da espera que é eterno, pois nada satisfaz o coração que necessita de mais pulsações que o suportável.
E nada é capaz de acalma-lo, a não ser momentaneamete, o deslize do cartão de crédito pela máquina fazedora de dívidas.

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