quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Cebolas sobre a mesa

Depois do almoço eu deito de bruços sentindo o vento vindo da rua acariciar minhas costas.
Eu pensei, quis dizer isso a alguém, achei meio estúpido e indecente, mas é fato que deitar de bruços assim no calor pensando em detalhes de um beijo, de um banho compartilhado com quem amamos (?) desencadeia uma onda irresistível de sensações.

O colchão afunda mais um pouco ao meu lado e me deixo levar pelo sabor que se põe em minha língua presa no palato.

Eu não sei se isso é longo ou curto no tempo, mas expande os sentidos muito mais que simples imaginação.

Eu também não sei como consegui escrever tanto sobre uns poucos minutos que se passaram esta tarde. Só sei que haviam cebolas sobre a mesa. E havia suor, não a ponto de escorrer, mas um suor que acabou de escapar dos poros. Havia água e saliva. Sabor e dor.

A dor que se transformou em fim.

E se foi.

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