quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Não foi assim que aconteceu.

Estava com saudades de dormir no seu sofá.
Saudades de sonhar longe de casa e acordar cedo para fazer seu café.
Viver essa vida sem surpresas e quase sem palavras.
Deixar o trânsito entrar pela janela estreita da cozinha e te acordar suavemente para o nosso passeio matinal.
Minhas férias resumem-se a uma longa visita que te faço.

Esta noite alguém entrou.
Alguém tem a sua chave.
Morri de medo sabia?
Ele achou que era você no sofá (nesta hora você não roncava).
Quando ele viu que não era você fez um sinal de silêncio e retirou-se rápido e meio desastrado.
Mas o puxei para dentro novamente.

Ele não parece com você.
Ainda bem que não, pois seria mais um para quem eu faria café todos os dias.
Mas não me importo em fazer outras coisas para/com ele.
Como não me importo com o fato de você ainda dormir, mesmo depois de eu ter cortado sua língua.