Meu coração bateu forte quando o porteiro me entregou a caixa com o símbolo dos correios.
Aqui em cima eu despedacei o papelão com pressa e fúria.
Dentro da caixa estava meu binóculo de observador de pássaros.
Custou caro e não servirá para pássaros, mas para um humano estranho. Estranho como eu. Estranho como você que lê minhas manias. Estranho como você que escreve minhas manias.
Observo o gato desfilando pela casa com sua elegância de felino saciado.
No mundo não há bicho mais interesseiro.
Tenho inveja deste gato. O dono dele é meu vício.
Uma dose provei e deliro até hoje.
O vício do antes, do depois, do sempre e do eterno.
Nu é como ele vive.
Num calor perpétuo me põe a suar.
Acaricia seu corpo sem saber que aqui eu também me toco com sofreguidão.
Desesperado estou.
Ele está apenas nu e ereto.
Começamos ao mesmo tempo sem a pressa da solidão, mas como se combinássemos.
A mão do binóculo é a esquerda.
Sou destro e preciso de movimentos precisos, ritimados, initerruptos...
Agora abaixou-se de costas para mim.
Contemplo seus detalhes e aperto a mão simulando uma penetração.
É como estar ali.
Acabou!
Deixo meu corpo cair na cama desfeita.
Volto a olhar.
(MEDO)
Estou vendo, estou vendo...
Ele segura um papel onde se lê.
VENHA ME ENCONTRAR AGORA.
Continua.
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5 comentários:
ai ai ai ai...
parece q ele está falando comigo "v q lê minhas manias".
ui delícia..
deleito-me nas tuas ânsias.
imaginei a cena...
assimq eu gosto de texto, com riquezas de detalhes...
Perfect!!
Want more, more, more...
Gostei do texto...
cada um e sua mania.
vou esperar a continuação...
=DD
composição propria?
uau!
QUe final surpreendente, queria ler a continuação, rsss
Se bem q nem precisa, ne?
composição própria? ¬¬
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